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quarta-feira, maio 21, 2008

O BUDÔ

A prática do Budô, para mim, poderia resumir-se apenas em boa educação e respeito.
O que precisamos entender é que o Budô deve ser adaptado aos novos tempos, até porque foi quando os samurais perceberam que seus afiados e bem manejados katanas eram inúteis diante de uma arma de fogo carregada, que passaram a praticar os movimentos marciais, não como métodos de guerra, mas sim como um método para atingirem a iluminação espiritual.
É sem entender isto, que muitas pessoas aprendem Artes Marciais como uma forma de defesa pessoal, mas que de pouco valerá diante de pessoas realmente agressivas, que geralmente andam com armas de fogo.
Devemos preservar e manter a etiqueta, mas ninguém mais anda pela rua vestindo hakama, calçando guetas e portando espadas ou bastões.
O budô antigo foi criado no período onde o budoka que sobrevivia a uma luta de vida ou morte , desenvolvia influências filosóficas, com base nas suas técnicas utilizadas e no confucionismo, taoísmo ou no zen budismo, mas ao contrário do que muitos pensam, a palavra "DO" cujo kanji os chineses lêem como "TAO", significa a verdade última, o logos, Deus, portanto é, na verdade um caminho espiritual para as pessoas viverem melhor; algo semelhante a uma religião.
Atualmente, a prática do Budô permite nos relacionarmos com outras pessoas, sem atos considerados ofensivos a outra pessoa e, ao mesmo tempo, sem nos diminuir em relação a ninguém ou diminuir a nossa atenção em nenhum momento.
Sem o Budô, o treino no Dojô se transformaria em uma prática descuidada, o que poderia gerar risco de acidentes. Assim, as tradições seculares do Budô presentes no Karatê são um patrimônio cultural que deve ser preservado, embora poucas pessoas, na atualidade, estejam dispostas a praticarem o Budô como se fazia antigamente.
O treinamento começa e termina com Reishiki (reverêncdia), mas não significa que apenas por inclinarmos a cabeça no início e no fim das sessões isso seja Budô. É necessário que se compreenda que a educação, o respeito, a gratidão e as boas maneiras não foram simplesmente "adicionadas”, elas devem fazer parte da arte.
Para alguns outros, o Budô se resume apenas no cerimonial e na etiqueta de início e final de treinamento, muitas vezes até sem compreender muito bem o que e o porquê estão fazendo isso. Alguns, quando não sabem o significado original de tudo, inventam explicações fantásticas, místicas ou filosóficas.
Penso que o Budô ainda é válido, no sentido de praticarmos a calma, a serenidade, o domínio das emoções, a segurança e a coragem, porque nossa verdadeira força está nas nossas atitudes.
É importante a prática do Budô, mas adaptando-o para as situações do dia a dia moderno, senão tudo se perderá no vazio sem nexo da fantasia, da mistificação e da cultura inútil.

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