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sábado, setembro 10, 2011

KIHON KUMITE

Considero o Kihon Kumite como uma "alfabetização motora". Por exemplo, na prática do Ipon Kumite, onde prepara-se com gedan-barai e se avança com oi-zuki na direção do oponente que espera em yoi, isso serve para aprendizado. Isso é como "soletrar o karatê". É aprender a somar, diminuir, multiplicar e dividir, mas ninguém vai para a universidade apenas soletrando e sabendo as quatro operações, pois a vida fora dela é bem diferente.

Nas aulas é feito dessa forma, para que se possibilite o treinamento, mas na luta real, por exemplo, esperar que o atacante seja atingido com dois ou três golpes, depois seja agarrado, derrubado e imobilizado, sem que esboce reação, é pura fantasia, porque nenhum atacante ficará imóvel esperando que uma sequência de contra-ataques seja completada sem fazer nada.  Até porque, os próprios golpes que desferirmos, se forem potentes, irão fazê-lo se movimentar.

É ilusão esperar que alguém fique na mesma posição após levar o primeiro contra-golpe.  Precisamos compreender, para não ficarmos enganados, que o kihon do Karatê não é uma coisa concebida para "resolver a luta", é feito eu diria até, como uma “teoria”, para que a pessoa compreenda e aprenda os princípios do estilo de Karatê que pratica e desenvolva as potencialidades necessárias para uma luta real, a qual requer muitas outras coisas.

Desta forma, penso que o Kihon, serve para o iniciante adquirir noção de distância, força, velocidade explosiva, elasticidade, equilíbrio, reflexos, controle mental, aplicação correta da defesa e contra-ataque, etc., buscando também a perfeição e o equilíbrio das bases, etc., mas lutar se aprende mais é lutando, mesmo. A luta real é cruel e é um somatório de tudo isso e se não estivermos preparados física e mentalmente, seremos derrotados.

[Estivales]

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